Em defesa da classificação do vício em games como um transtorno psiquiátrico, a Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que a dependência seja tratada por governos como uma questão de saúde capaz de estimular políticas públicas preventivas e de tratamento em todo o mundo. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo adiantou em julho do ano passado, a entidade planeja incluir a prática no manual Classificação Internacional de Doenças (CID), hoje em fase final de elaboração de sua 11ª edição.

continua após a publicidade

“Sua inclusão na CID resultará em uma maior atenção de profissionais de saúde aos riscos do desenvolvimento de desordem e, de forma adequada, medidas relevantes de prevenção e tratamento”, afirmou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, nesta sexta-feira, 5.

continua após a publicidade

De acordo com Jasarevic, o problema será descrito como “incapacidade de controle diante de jogos de videogame, prioridade cada vez maior para o gaming sobre outras atividades e escalada de tempo diante da tela, mesmo diante de consequências negativas”.

continua após a publicidade

“Para que uma desordem seja diagnosticada, o comportamento precisa ser severo o suficiente para significar um obstáculo para a vida pessoal, familiar, social, educacional e profissional e precisa ser observada por pelo menos 12 meses”, disse.

Países asiáticos são os que, hoje, mais acompanham o fenômeno. Na China, existe um limite por mês para jovens de menos de 18 anos, enquanto outras regiões estabelecem uma proibição para os jogos entre meia-noite e 6 da manhã.

A OMS admite que os estudos apontam que apenas uma “pequena proporção” de pessoas envolvidas com os jogos é afetada por algum tipo de transtorno psiquiátrico. “Entretanto, as pessoas precisam ser alertadas sobre o montante de tempo que podem passar diante de uma tela, em especial quando ela representa uma exclusão de outras atividades diárias, assim como qualquer mudança de sua saúde física e psicológica”, alegou a entidade.