Transplante de órgãos cresce 24,3% no Brasil

Os transplantes de órgãos no País, com doador falecido, subiram 24,3% no primeiro semestre de 2009 em comparação com o mesmo período de 2008, segundo balanço divulgado hoje pelo Ministério da Saúde.

Foram 2.099 cirurgias realizadas este ano, contra 1.688 no ano passado. Segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes, Rosane Nothen, o crescimento é explicado pelo “amadurecimento” do sistema, às campanhas de estímulo e ao gerenciamento local cada vez melhor na maioria dos estados.

Com 988 transplantes realizados, cerca de 50% mais do que no primeiro semestre de 2008, São Paulo registrou o maior índice de crescimento do País e puxou a estatística para cima.

A experiência desenvolvida nos hospitais paulistas terá pontos incorporados no novo regulamento brasileiro de doações de órgãos, a ser anunciado em outubro pelo ministro José Gomes Temporão, depois de ter sido submetido a audiência pública.

O que mais chamou a atenção do governo federal foi a alta performance das coordenações de transplantes criadas dentro de cada hospital paulista, medida que agilizou o processo de doação, desde o diagnóstico da morte encefálica, à preservação dos órgãos transplantáveis e os trâmites legais.

“São profissionais que conhecem a rotina interna do hospital, as pessoas e a estrutura disponível”, explicou Rosane Nothen. “Essa conjunção de esforços se mostrou muito eficiente e vamos expandir esse modelo vitorioso para outras partes do País”.

Mas a situação geral ainda não é boa e existem 63,8 mil pessoas na fila à espera de um órgão, muitas delas à beira da morte. A redução da fila no período foi de apenas 1%.

“Há problemas sérios a resolver, como a fragilidade ainda existente no diagnóstico precoce de morte encefálica e a falta de expertise em vários estados”, reconheceu a coordenadora.