A operação de retirada de 2,5 mil toneladas de óleo diesel e óleo bruto que estão nos tanques de combustível do supergranelerio Vale Beijing foi suspensa a pedido da operadora do navio, a sul-coreana STX Pan Ocean. O motivo é que alguns equipamentos necessários para a realização da operação – como um scanner a prova d’água e uma barreira móvel (Current Buster) para evitar alastramento de vazamentos de derivados de petróleo – ainda não chegaram à baía de São Marcos, no Maranhão, como estava previsto na semana passada.

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Hoje, uma reunião entre técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Capitânia dos Portos do Maranhão (CP-MA), do armador sul-coreano e da empresa de salvamento marítima holandesa Smit serviu para definir uma data para a simulação da operação de transferência do combustível para uma balsa e marcar a operação propriamente dita. “Estamos tratando o caso com cuidado e critério para garantirmos a segurança da operação. O diálogo entre o Ibama, a Marinha e as empresas de salvamento marítimo está sendo feito com transparência. Todas as ações estão sendo acordadas antes”, disse o superintendente do Ibama em São Luís, Pedro Leão.

Ele disse ainda que a empresa de salvamento deu entrada em uma solicitação para transferir o Vale Beijing para um lugar mais longe da costa. “Segundo os técnicos da empresa, o motivo é a intensidade das correntes marítimas onde o navio está hoje. Eles alegaram que as águas são mais calmas na nova área”, informou Leão. A supergraneleiro apresentou duas rachaduras – uma em cada lado – no tanque de lastro nº 7 há cerca de duas semanas, enquanto era carregado com minério de ferro no Terminal Portuário de Ponta da Madeira (TPPM), que é operado pela mineradora Vale.

O navio chegou a receber 263,4 mil toneladas de minério e 7,5 mil toneladas de derivados de petróleo antes do incidente e apresentou um desnivelamento de quatro metros entre a popa (parte traseira do navio) e a proa (parte dianteira da embarcação) por causa do volume de água que entrou no tanque rachado.

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Um inquérito administrativo foi aberto pelos militares para investigar as causas do incidente, logo depois que as rachaduras foram percebidas: trabalha-se com hipótese de erro na operação de embarque de carga, problemas na construção do navio, que estava em sua primeira viagem, e fadiga do material. Ao mesmo tempo o Ibama notificou o armador sul-coreano e passou a monitorar a embarcação. Nenhum vazamento de óleo ou da carga de minério de ferro foi detectado.