À medida que equipes de resgate avançam por áreas devastadas pelas chuvas, a tragédia na região serrana do Rio ganha contornos mais e mais dramáticos. Até as 22h15 de ontem, as prefeituras contabilizavam 501 mortos em cinco municípios fluminenses: Teresópolis, Nova Friburgo, Sumidouro, Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto.
Há ainda 8.320 pessoas desalojadas (retiradas de casa) e 6.270 desabrigadas (que perderam as casas). Já é a segunda pior tragédia climática da história do Brasil e um dos dez maiores deslizamentos do mundo registrados desde 1900.
E o número de mortos pode crescer drasticamente. Em Teresópolis, a prefeitura não conseguiu chegar a três bairros muito castigados. E há cidades completamente isoladas, que já sofrem com falta de água e comida. São José do Vale do Rio Preto, por exemplo, está ilhada.
A presidente Dilma Rousseff visitou Nova Friburgo acompanhada de seis ministros e do governador Sérgio Cabral. Dilma anunciou “ações firmes”. Mas a reconstrução das áreas atingidas será longa e exigirá recursos milionários. Só em Teresópolis o prefeito José Mário Sedlacek calcula que serão necessários pelo menos R$ 560 milhões.
Hoje, as equipes de resgate encontraram os corpos de dois dos três bombeiros soterrados quando tentavam retirar vítimas de escombros. No fim da tarde, a chuva voltou a cair forte e a Defesa Civil de Nova Friburgo recomendou parar as buscas diante da ameaça de novos deslizamentos.