Rio – Há três semanas, numa fila de jovens para o alistamento militar, uma conversa chamou a atenção dos examinadores do Exército. Um grupo formado por três rapazes combinava o furto de um fuzil das Forças Armadas, com o objetivo de ascender na hierarquia do tráfico nas favelas da Rocinha, em São Conrado, e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. “Já pensou se a gente leva uma peça (fuzil)? A gente ganha ponto lá”, comentou um deles. A adoção inédita de táticas de inteligência na seleção levou o Exército a descobrir, em apenas um mês, 12 jovens acusados de ligações com o tráfico tentando ingressar nas Forças Armadas, em apenas um posto. Até um suspeito de integrar a Yakuza, máfia japonesa, já foi identificado. O tenente-coronel Roberto de Moraes, responsável pela 1.ª- Comissão de Seleção (CS) da 1.ª- Região Militar, em Triagem, que abrange a zona sul e a Tijuca, adotou os conhecimentos de três anos na área de inteligência no serviço militar obrigatório, por ordem do primeiro escalão do Exército. Além de três testes psicotécnicos, os jovens passam por uma sabatina de perguntas elaboradas por entrevistadores qualificados para detectar eventual desvio de caráter.
Tráfico manda recrutas para o Exército
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