Os especialistas advertem: a maconha nacional pode conter crack. O motivo é que a planta cultivada no Brasil é de má qualidade e possui uma concentração inferior a 1% do tetraidrocanabinol (THC) – princípio ativo da droga. E, por isso, os traficantes começaram a adicionar pedrinhas do outro entorpecente, mais perigoso à saúde, para potencializar o efeito do cigarro de maconha e cativar o ‘freguês’.

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O alerta sobre essa prática partiu do diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas, o toxicologista Anthony Wong. “Por ter uma maconha de baixa qualidade, o traficante adiciona o crack para que o usuário tenha o chamado ‘barato’. Muitos jovens não conhecem o efeito da maconha e não se dão conta que estão consumindo outro entorpecente, ainda mais nocivo e que vicia rapidamente”, disse Wong.

O delegado do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), Luiz Carlos Freitas Magno, tem conhecimento da prática do traficante de adicionar crack à maconha. “Isso se deve à má qualidade da droga brasileira. É o chamado ‘bazuco’ ou ‘mesclado'”, disse o delegado – que ministra palestras sobre a prevenção ao uso de drogas.

Há cerca de um ano e meio, os traficantes do Rio de Janeiro começaram a vender o kit “maconha mais crack”, batizado por lá de “craconha”. Só que, em território carioca, a mistura é encarada como uma nova droga. E o motivo da comercialização é outro: o usuário acredita que a maconha, considerada relaxante, pode potencializar o efeito do crack, um estimulante. O que não passa de um mito.

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A adulteração não só da maconha, mas também de outras drogas, é uma prática freqüente dos traficantes brasileiros para aumentar o lucro nas vendas. Segundo o Instituto de Criminalística, aos entorpecentes são, em geral, adicionados dois tipos de substâncias. Uma é o adulterante, que imita os efeitos da droga. Por exemplo, a xilocaína (nome comercial da lidocaína), um anestésico local que passa a falsa impressão de dormência à pessoa que tem contato com a cocaína. E o diluente, adicionado para aumentar o volume da droga. A polícia afirma que, na cocaína vendida ao usuário, há apenas 25% do entorpecente. Os outros 75% são formados por outras substâncias. As informações são do Jornal da Tarde.