Rio de Janeiro – Interlocutor do cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, nas conversas telefônicas que levaram o pagodeiro a responder na Justiça pelos crimes de associação para o tráfico, tráfico de entorpecentes e porte ilegal de armas, o traficante Valdir Ferreira, o Vado, morreu na noite desta terça-feira em confronto com policiais do 3.º Batalhão da PM (Méier). O comando da unidade ordenou reforço do policiamento na comunidade para evitar manifestações e garantir a segurança do posto de policiamento comunitário. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Grupamento Especial Tático-Móvel (Getam) foram para o local.
O tiroteio começou pouco antes das 18 horas, na Favela do Jacarezinho, zona norte, onde Vado chefiava o comércio ilegal de drogas. De acordo com a polícia, Vado estava à frente de um grupo formado por cerca de 30 criminosos armados, que lançaram granadas contra PMs que patrulhavam a favela. O suposto traficante Rodrigo Cláudio de Moraes Silva, de 19 anos, também foi morto. Seis outras pessoas, moradoras da favela, ficaram feridas, entre elas uma menina de 4 anos, baleada na perna esquerda. Todos foram atendidos no Hospital Salgado Filho, no Méier, zona norte, e segundo os médicos estão fora de risco.
O corpo de Vado foi reconhecido pelos policiais graças a uma tatuagem no peito. Segundo a polícia, a mãe de Vado, que chegou a ser levado para o hospital, também reconheceu o filho. Ao lado do corpo do traficante, a PM apreendeu um fuzil G3 e detonadores de granadas. Com o outro morto, os policiais encontraram uma submetralhadora Uzi, de fabricação israelense, além de drogas.
No dia 4 de abril, com autorização judicial, a polícia interceptou um diálogo telefônico entre Vado e Belo. Na conversa, o traficante pedia dinheiro ao cantor para a compra de “tecido fino” (cocaína). Em troca, Belo queria um “tênis AR” (fuzil). Em outro diálogo, divulgado recentemente, Vado dava explicações a criminosos sobre a autorização que dera para a execução de um integrante de sua quadrilha.