Torturas contra cirurgião assustam cidade paulista

A Polícia Civil em Assis (SP) concluiu nesta sexta-feira, 3, o inquérito de um caso que deixou os moradores assustados com a extrema violência empregada por dois jovens, um deles menor de 18 anos, contra o cirurgião plástico Renée Louzada de Oliveira. O medico foi torturado e espancado durante um assalto quando saía da Santa Casa no dia 22 de abril. Rendido e levado pelos bandidos até sua clínica, Oliveira recebeu coronhadas, pontapés e socos porque não tinha o cofre com joias e dólares que os dois bandidos procuravam. Teve de ser internado, em estado grave, com fraturas, passou por cirurgias e só poderá voltar a trabalhar daqui a seis meses.

“É difícil descrever o horror. Nem em cidades grandes, violentas, vi coisa semelhante”, diz o advogado do médico, Ernesto Benedito Nóbile. Segundo o advogado, a sessão de tortura demorou uma hora. “Além de enfiarem o revólver na boca dele por diversas vezes e dar socos e chutes, eles desferiram mais de 30 coronhadas na cabeça, causando muitos ferimentos. Depois, saltaram com os dois pés nas costas. E, se não bastasse, ainda o arrastaram pelo pescoço pelo chão da clínica”.

Segundo Nóbile, os bandidos não amenizaram nas agressões embora seu cliente implorasse por clemência. “Ele implorou aos bandidos que levassem tudo que tinha e fossem embora porque não aguentava mais a violência, mas não foi atendido”, disse. O médico passou por cirurgias de reparações para recuperar fraturas no fêmur, ossos dos ombros e de um dos braços. “Ele sofreu diversos hematomas e ferimentos no rosto, está com os dois olhos roxos devido às coronhadas e também tem problemas graves na coluna cervical”, afirmou. O médico está em casa de parentes porque têm medo de permanecer na casa dele.

Nesta semana, a Polícia Civil de Assis prendeu os dois criminosos, Divino Rafael Teodoro, de 21 anos, e o adolescente J. L. S. D., de 16. O primeiro, segundo o delegado Ricardo Fracassi, está detido no anexo do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Assis. O menor foi levado na quinta-feira, 2, para a Fundação Casa, depois de passar pelo Juizado da Infância e da Juventude. Os dois não disseram os motivos pelos quais espancaram o cirurgião.

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