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São Paulo – Dez funcionários da Febem foram condenados por crime de tortura na unidade Parelheiros, na zona sul de São Paulo, em 2002. Segundo sentença judicial, divulgada ontem, eles ficarão presos por 16 anos. O Ministério Público de São Paulo investiga uma disseminação nos métodos de tortura contra adolescentes nas unidades da Febem do estado.

Na tarde de ontem, foram transferidos os 16 funcionários da Febem que estavam presos na Delegacia do Belém, na zona leste da capital paulista. Eles são acusados de tortura, formação de quadrilha e maus-tratos aos menores da Vila Maria, na zona norte. Os 15 homens foram para a delegacia de Santa Cecília, na região central da cidade, e a mulher para a Delegacia do Portal do Morumbi, na zona sul. Além dessas 16 pessoas, outras sete estão com a prisão temporária decretada. Segundo a polícia, os presos ainda não prestaram depoimento. Eles foram apenas identificados. Durante a transferência, vários funcionários da Febem que estavam do lado de fora da delegacia gritaram palavras de ordem, como injustiça. Eles chegaram a parar o trânsito em frente à delegacia, mas logo foram retirados do local.

Segundo as investigações, na Vila Maria, 30 internos foram agredidos. Imagens gravadas pelo Ministério Público mostram os menores com ferimentos na cabeça, nas costas e nos braços. O secretário de Justiça, Alexandre Moraes, que também é o presidente da Febem, visitou pessoalmente a unidade. "Não admitimos tortura e maus-tratos. Todos os funcionários da Vila Maria foram afastados. Se comprovada a tortura, vamos pedir a prisão temporária por crime de tortura", disse o presidente da Febem. Enquanto a denúncia de maus-tratos era apurada, estourou uma rebelião na unidade Tatuapé. "Parece que foi uma tentativa de desviar o foco. Os menores começaram a apanhar exatamente para que provocassem uma rebelião", afirmou Moraes. Revoltados com a acusação, os funcionários hostilizaram o secretário.

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