São Paulo
(Das agências) – A pesquisa feita pelo Instituto Toledo & Associados entrevistou 3.108 eleitores entre os dias 25 e 27 de julho. Por causa da margem de erro de 1,8 ponto, o instituto considerou que Lula e Ciro estão tecnicamente empatados. Em relação à consulta anterior feita pelo instituto, Lula perdeu 6,9 pontos percentuais e Ciro subiu 22,2. Na simulação para o segundo turno, Ciro, ao contrário da pesquisa anterior, levaria vantagem de 13,6 pontos sobre Lula. Ele teria 52,8% e o petista, 39,2%. Em junho, Lula venceria com 53,3%, e Ciro receberia 32,7% dos votos do eleitorado. Numa projeção entre Ciro e José Serra, o candidato da Frente também cruza a linha de chegada bem antes do adversário. Ciro teria 56,1% e o tucano, 30,7%.Se o segundo turno ocorresse em junho, Serra teria batido Ciro por 47,4% a 34,7%. No embate Lula e Serra, o petista ganharia com 47,4%, contra 41,2%. Em junho, segundo os números, a performance de Lula seria melhor: 49,7%, contra 39,5% do tucano. Segundo a Toledo & Associados, José Maria, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), tem 0,3 por cento das intenções de voto e Rui Costa, do Partido da Causa Operária (PCO), 0,1 por cento.
Segundo o sociólogo Francisco José de Toledo, a arrancada de Ciro é perigosa para o próprio candidato. Qualquer desnível de percurso pode interromper a velocidade de crescimento, que foi rápida demais. “Houve uma espécie de alma coletiva com relação ao Ciro. Aumentou a crença de que ele ganharia. No espaço de duas semanas, esse sentimento tomou conta do eleitorado e todos queriam votar no Ciro na base do “eu acho que vai ser ele?.” Para o sociólogo, as preocupações de Ciro se traduzem nas figuras do vice, Paulo Pereira da Silva, ex-presidente da Força Sindical, e do ex-coordenador nacional da campanha da Frente, José Carlos Martinez (PTB-PR). Martinez jogou a toalha na quinta-feira 1º, depois de tornar-se munição pesada para os adversários.
Mesmo estando na confortável posição de ser o preferido por 27,7% do eleitorado como a segunda opção, seguido por Serra, com 24,8%, Garotinho, com 13,7%, e Lula, 12,7%, Toledo adverte que o eleitor começa a associar o temperamento de Ciro ao de Collor. “A tentativa de torná-lo semelhante a Collor relacionando-o à ideologia, honestidade ou capacidade de trabalho não pega. O que pega é o temperamento, as reações intempestivas como se tem visto em declarações como o fim da CC-5 (contas que permitem transferência de dinheiro para o Exterior) e o presidencialismo parlamentarizado. Isso reflete nas bases”, afirmou Toledo.
Percorrendo a mesma estrada rumo ao Planalto, acidentes de percurso fizeram com que Lula perdesse a força, segundo estudo da Toledo. O esquema de propina denunciado em Santo André, cidade governada pelo PT, após o assassinato do prefeito Celso Daniel, respingou sobre Lula.