A popularidade do prefeito de São Paulo, aliada à descrença na classe política brasileira, tem provocado um fenômeno novo entre políticos de carteirinha: para mostrar trabalho à população e, claro, manter ou obter votos, todos querem agora ser um pouco João Doria (PSDB).
Colar a imagem no tucano que, mesmo passada a campanha, continua se declarando gestor e não político, passou a ser estratégia, válida até para quem apoiou outro nome na eleição paulistana. Vereador pelo PMDB, que teve Marta Suplicy como candidata, Ricardo Nunes é um dos parlamentares da capital que já perceberam que seguir o prefeito “pega bem”.
Com mais de 2,1 milhões de seguidores no Facebook e taxa de aprovação de 44%, Doria é um governante que chega a ser aplaudido nas ruas e até dá autógrafos como se viu no carnaval. “É popularidade. Estar ao lado dele é bom para todo mundo”, disse Nunes. Na manhã de domingo, 12, ele foi ajudar o prefeito a consertar uma calçada em um de seus redutos eleitorais, Parelheiros, no extremo sul um dos dois distritos em que Doria não venceu em 2016. O outro foi o Grajaú.
Colegas de Câmara, Rute Costa e Rodrigo Goulart (PSD) também participaram da agenda de domingo, 12, que foi registrada por seus assessores para depois abastecer as redes sociais. “Não é pela popularidade dele que eu vim, não. Estou aqui porque quero, assim como ele, ter a comunidade mais próxima”, assegura Goulart, que já esteve com Doria em outras cinco ações de zeladoria pela capital paulista, até vestido com o uniforme laranja, usado por jardineiros da Prefeitura.
Também estreante no Legislativo, Rute disse que “os vereadores estão contagiados” por Doria. “Apoiar suas ações é uma máxima entre a maioria de nós. São Paulo precisa de união, não é a hora de ficar olhando partido. É hora de trabalharmos juntos.” A parlamentar estava acompanhada por cerca de 40 pessoas da igreja que representa, a Assembleia de Deus, todas com uma camiseta que levava o nome dela e do programa Cidade Linda, realizado todos os sábados desde janeiro. Sábado, 11, o endereço escolhido foi a Praça da Sé, no centro.
Apesar de Parelheiros ficar mais de 40 km distante dali, até o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB) resolveu usar a pá e a enxada para mostrar serviço. “Participei dessa ação atendendo a um pedido do Doria, que já tinha me chamado antes. Agora não precisa mais de convite, vou aparecer sempre. Gosto deste estilo, de partir para cima. Ele não fica esperando, dá um jeito de resolver as coisas e da forma mais rápida possível. É o fenômeno da Dorialização”, afirmou Capez.
Exemplo. Orgulhoso, Doria diz que o exemplo é o mais importante. “Vassoura, pá, balde, flores, plantas, árvores. Se este for um bom exemplo, e sendo, quanto mais (adeptos), melhor. Se tivermos vários ‘Dorias’ nas ruas, nas avenidas, nas praças, nos bairros da cidade, tanto melhor”, disse.
O prefeito afirmou que tem recebido mensagens e telefonemas de políticos de várias partes do País com interesse em conhecer os programas de sua gestão. Citou Amapá, Rondônia, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Goiás. “São pessoas querendo fazer o mesmo, até vestindo a roupa de gari. São prefeitos, secretários. É bom, é uma onda positiva”, completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.