Os governos do Tocantins e Amapá são os que concentram, proporcionalmente, o maior número de servidores públicos comissionados – que não precisam prestar concurso e podem ser usados como moeda de negociação política. Levantamento feito nas 27 unidades da federação mostra que nos dois Estados os cargos de confiança representam até um quarto do total de servidores da ativa.

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No Tocantins, do governador Marcelo Miranda (PMDB), dos 45.129 funcionários públicos estaduais, 26,6% ocupam cargos em comissão. São 12 mil ao todo, apenas na administração direta – sem levar em conta quadros de fundações, autarquias etc. No Amapá, do governador Waldez Góes (PDT), a administração tem 16.960 funcionários na ativa, 22% de confiança (o equivalente a 3.733).

As funções comissionadas no serviço público são ocupadas por apadrinhados políticos e a maioria desconsidera as qualidades dos ocupantes. São indicações que atendem a interesses políticos e regionais, desvirtuam a relação profissional e prejudicam o serviço público. É comum o gerente de um órgão ter como subordinados funcionários indicados por lideranças políticas distintas e que por isso não mantêm vínculo de confiança. Quase sempre esses apadrinhados políticos abocanham postos que deveriam ser ocupados por critérios técnicos.

Países desenvolvidos reduzem cada vez mais esse tipo de cargo. No Reino Unido são pouco mais de 700 e nos Estados Unidos, 4.500. No Brasil, os governos estaduais mantêm empregados e trabalhando (na ativa) pelo menos 127.756 servidores, só na administração direta, segundo o levantamento feito pela reportagem. Acre e Roraima não quiseram fornecer os dados para a reportagem, não sendo possível estabelecer comparações sobre o inchaço de suas estruturas administrativas.

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