O Tribunal de Justiça decidiu ontem, 4, que o prédio administrativo da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) seja desocupado “imediatamente” pelos estudantes. Decisão da 2.ª Câmara de Direito Público cita que, se for necessário, força policial deve ser requisitada pela universidade.
Segundo os manifestantes, cerca de 500 estudantes participam da ocupação, em protesto por eleições diretas para a cúpula da instituição. O grupo ocupa desde 1.º de outubro um dos prédios da reitoria, no câmpus da capital, Butantã, zona oeste de São Paulo. O prédio abriga departamentos da reitoria, mas o próprio reitor, João Grandino Rodas, já foi transferido para outro edifício, conhecido como Antiga Reitoria.
A USP havia solicitado à Justiça a reintegração de posse ainda no mês passado. No dia 15 de outubro, decisão deu prazo de 60 dias para que o grupo desocupasse o prédio. Descontente, a universidade entrou com recurso para que o local fosse esvaziado imediatamente – o que foi acatado pela Justiça.
A ocupação estaria trazendo prejuízos, de acordo com a decisão. “Agentes estão sendo obrigados a despachar em outro endereço dentro do câmpus, pois existem alunos ordeiros que não pertencem a esse grupo, e pretendem ter continuidade nos seus dias letivos”, cita o desembargador Xavier de Aquino. Segundo a decisão, a USP diz que houve depredações e quebra de vidraças. “Havendo inclusive notícia da participação dos baderneiros autodenominados ‘black blocs'”.
A liminar foi concedida “a fim de que os alunos e pseudo-alunos abandonem de imediato a reitoria da USP”. O desembargador ainda cita que já consultou a chefia do policiamento da USP.
O estudante Pedro Serrano, do Diretório Central dos Estudantes, diz que não espera reintegração neste momento. “O comando de greve já aprovou o fim da paralisação e ocupação, que deve ser submetido à votação em assembleia na quarta, 6.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.