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Carla Cepollina diz temer violência e coação ilegais. |
A advogada Carla Prinzivalli Cepollina de 40 anos, sofreu ontem a primeira derrota na Justiça. Temerosa de que a polícia indiciasse ou pedisse a decretação da prisão de Carla, sua mãe, a advogada Liliana Prinzivalli, solicitou ao Tribunal de Justiça a concessão de um habeas corpus preventivo em favor da filha, mas a liminar foi negada. Carla é a principal suspeita no inquérito sobre o assassinato do coronel e deputado estadual pelo PTB Ubiratan Guimarães.
A decisão de negar a liminar foi tomada pelo desembargador José Orestes de Souza Nery, da 9.ª Câmara Criminal. A mãe de Carla alegava que a filha precisava do habeas corpus para evitar que fosse vítima de ?violência ou coação ilegais?. Mas, segundo o desembargador, ?não se concede liminar em habeas corpus preventivo quando a alegada coação sequer é vista como possibilidade, ficando vaga e imprecisamente relatada, e que visa a obstar antecipadamente atos regulares da jurisdição?.
Em seu despacho, o desembargador vai além. Afirma que não ficou comprovada no pedido a existência da urgência e da flagrante ilegalidade, necessárias para a concessão da liminar. O caso agora será submetido à 9.ª Câmara Criminal, que analisará o mérito do pedido.
O movimento da defesa tentou antecipar-se àquilo que delegados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) dão como certo: o indiciamento de Carla. Os policiais aguardam apenas a conclusão de laudos do Instituto de Criminalística (IC).
Os resultados de três laudos são considerados os principais. Há o das roupas da advogada, que indicarão se havia vestígios de disparo de arma de fogo nos tecidos; o exame da toalha com sangue achada no banheiro do apartamento; e a comparação entre a bala que matou o coronel e outra disparada por Ubiratan com sua arma em ocasião diferente. Caso seja constatado que as duas balas foram disparadas pela mesma arma, ficará provado que o coronel foi morto com o revólver calibre 38 que desapareceu de sua residência.
Omissão
Os investigadores dão como certo que, ao depor Carla contou tudo o que aconteceu naquele sábado, dia 9, no apartamento de Ubiratan, omitindo só o disparo. Essa suspeita é compartilhada por Vicente Cascione, advogado que representa a família de Ubiratan, e por amigos do coronel. Todos afirmam que ele estava separado de Carla e namorava a delegada da PF Renata Madi. Carla nega.
Sobre o habeas corpus preventivo tentado pela advogada, Cascione disse que se trata de um direito de quem se defende. Mas se o indiciamento for necessário, afirmou, não há habeas corpus que dê jeito.
