O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) vai analisar até outubro a possibilidade de levar a advogada Carla Cepollina, de 42 anos, a júri popular pela morte do coronel Ubiratan Guimarães, em setembro de 2006. O Ministério Público (MP) entrou com um recurso no TJ contra a decisão do presidente do 1º Tribunal do Júri, Alberto Anderson Filho, de outubro do ano passado, de não colocar a advogada no banco dos réus. Na ocasião, ele alegou falta de provas.
A Procuradoria do TJ já deu parecer favorável à revisão da decisão. A Promotoria acusa Carla pela morte do então namorado, conhecido por ter comandado o massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 pessoas, em 1992. Ela sempre negou as acusações. Com isso, o caso ganha novos capítulos, poucas semanas antes de completar três anos. O coronel Ubiratan Guimarães foi morto com um tiro no abdome, no dia 9 de setembro de 2006, em seu apartamento nos Jardins, região nobre de São Paulo.
Em seu parecer, assinado no dia 13 de abril, o procurador do TJ, Rubem Ferraz de Oliveira, considerou um “deslize” a decisão do magistrado Anderson Filho. Para ele, os desembargadores do tribunal devem reformar, ou seja, mudar, a “assustadora decisão” do 1º Tribunal do Júri, “restaurando-se, assim, a Justiça vilipendiada pela intranquilizadora decisão”.
A reportagem procurou o juiz Alberto Anderson Filho para comentar o parecer da Procuradoria, mas ele não respondeu às ligações. A defesa de Carla espera que a decisão do 1º Tribunal seja mantida. “Senão, vamos entrar com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, disse Ana Lúcia Penon.