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Tietê tem água boa só onde há mata ao redor

Regiões ao longo das bacias hidrográficas do Rio Tietê que têm maior cobertura vegetal são as que concentram os pontos do rio com a melhor qualidade de água. O resultado, que pode parecer meio óbvio, nunca, na verdade, tinha sido mensurado. A relação foi detalhada no mais recente monitoramento do Tietê feito pela Fundação SOS Mata Atlântica.

Na semana passada, a organização revelou que um trecho de 137 km do rio se mantém com qualidade da água ruim ou péssima e apenas 30 dos 302 pontos de coleta monitorados têm qualidade boa. Hoje, a organização apresenta em um seminário mais dados sobre o que faz desses pontos tão especiais. Segundo Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas, além da existência de saneamento básico, é a presença de vegetação.

A análise cruzou os resultados do monitoramento dos corpos d’água com os dados do Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, levando em consideração trechos de até 1 hectare de cobertura florestal. Nos 30 pontos em que a qualidade de água foi considerada boa ao longo do último ano, a cobertura florestal ultrapassava 40% do território do município ou do entorno.

“A mata evita o processo de erosão e o arrasto de sedimentos e de poluição difusa da cidade ou do campo para dentro do rio, problema que se reflete no índice de turbidez da água”, explica Malu.

“Temos trechos em São Paulo, como na Marginal do Tietê, onde não tem nenhuma árvore, em que o índice de turbidez passa de mil, quando o recomendável é menos de 100. É uma fuligem fina, que vem do asfalto, carregada pela chuva, que não decanta. Por dias impede a transparência da água. A luz do Sol não passa, não tem fotossíntese, o rio fica sem oxigênio e morre”, complementa.

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