O presidente interino do Congresso, senador Tião Viana (PT-AC), convocou uma reunião de líderes para esta terça-feira (20) em que vai tentar, se houver acordo, derrubar a articulação da oposição para atrasar a votação da emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e embaralha essa discussão com a decisão sobre a cassação ou absolvição do mandato de Renan Calheiros (PMDB-AL). Tião foi avisado pelo próprio senador Arthur Virgílio (AM), líder dos tucanos, da tentativa de adiar o caso Renan na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Tião Viana quer um acordo que o autorize a pedir urgência para submeter logo à CCJ a decisão do Conselho de Ética, que pediu a cassação de Renan por 11 votos a 3, levando o assunto ao plenário na quinta-feira, como estava previsto no cronograma inicial. "Isso (a decisão de Virgílio em não apresentar parecer na CCJ amanhã) é ruim para o governo e prejudica a negociação da CPMF", admitiu Tião. O relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM) pede a cassação de Renan com base em sete indícios. Antes de ser apreciado em plenário, cabe à comissão decidir se o pedido é ou não constitucional.
O governo não quer os assuntos Renan e CPMF misturados por avaliar que isso põe em risco a prorrogação da contribuição. E foi por isso que, depois de trabalhar pelo afastamento de Renan da presidência do Senado, o governo se viu obrigado a operar em sentido contrário, para evitar que ele renuncie nos próximos dias.
