Tião Viana diz que não arrisca placar sobre CPMF

O presidente interino do Senado, Tião Viana, considera normal o acirramento dos ânimos às vésperas da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele disse que mantém o entendimento de que a matéria deverá ser mesmo votada no dia 14 de dezembro, mas não arrisca um placar sobre essa decisão.

Viana foi indagado se as declarações do presidente Lula segundo as quais o DEM torce para as coisas não darem certo no Brasil e que os que têm medo da CPMF são os sonegadores. Respondeu que isso contribui para esquentar ainda mais o ambiente que precede a votação dessa matéria no Senado.

Perguntado se declarações como essa não jogam mais lenha na fogueira, o presidente interino do Senado declarou que "isso é da natureza da fogueira. Infelizmente, a política não se faz apenas com a brisa. Às vezes, vem vento forte, às vezes, vem tempestade, às vezes, vem a acidez da relação entre as partes divergentes. Isso é normal".

Na opinião de Tião, as palavras de Lula, que levaram o DEM a emitir nota dizendo que o governo trata a oposição de forma arrogante e autoritária, não tiveram o propósito de ofender, pois foram pronunciadas no âmbito do jogo político. "Quantas vezes os ataques da oposição não foram infinitamente mais intensos que esse ataque que o presidente fez aos democratas?" – indagou.

O senador Tião Viana também lembrou que terminará na segunda-feira o primeiro turno de discussão da PEC que prorroga a cobrança da CPMF. Explicou que, se forem mantidas as emendas apresentadas até agora ao texto, a matéria voltará para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), e, dependendo de entendimentos entre o presidente do colegiado, senador Marco Maciel (DEM-PE), e o relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), poderá retornar ao plenário até quinta-feira da semana que vem.

Questionado se a CPMF poderá, então, ser votada na próxima semana, o presidente falou que "tudo depende de acordo entre os líderes, embora eu trabalhe sempre com a data previsível do dia 14 de dezembro. A minha data com segurança regimental é em torno do dia 14 de dezembro".

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