Brasília – Qualquer antecipação de um eventual processo de sucessão ao cargo de presidente do Senado pode comprometer o processo de tentativa de retomada das votações na Casa, principalmente da proposta de emenda constitucional que prorroga, até dezembro de 2011, a cobrança da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF).
O alerta foi feito pelo presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), ao lembrar que Renan Calheiros (PMDB-AL) se licenciou do cargo por 45 dias e "pode voltar a qualquer momento".
Desde que assumiu a presidência, Tião Viana tem declarado que as ações devem caminhar no sentido de pacificar o Senado. "Eu acho inoportuna [a antecipação da sucessão], porque impede o que é mais importante para o Senado agora: votar e dialogar. Nós precisamos ter clareza e certeza de que o senador Renan Calheiros é o presidente afastado e pode voltar a qualquer momento ou daqui a 45 dias, caso seja esta a sua decisão", disse.
Indagados por jornalistas, alguns parlamentares já começaram a comentar um cenário sucessório com um eventual afastamento definitivo do peemedebista alagoano. O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), por exemplo, afirmou que só se envolveria neste debate "se percebesse" uma iniciativa do PMDB de apresentar um nome "muito comprometido com o governo". Na opinião dele, a crise que envolve o Senado impõe, se for o caso, a escolha de um nome do PMDB que "tenha trânsito" entre o governo e a oposição.