Thor Batista fica calado em audiência de acidente

Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, usou o direito constitucional de ficar calado hoje durante a última audiência antes da sentença do processo que ele responde por homicídio culposo (sem intenção de matar).

Em março deste ano, Thor atropelou e matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos. A sentença da juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, deverá ser proferida em fevereiro.
Os advogados têm prazo de dez dias para entregar suas alegações finais.

Thor chegou à audiência de mãos dadas com a mãe, a ex-modelo Luma de Oliveira, às 12h20, meia hora antes do horário marcado para a audiência que só começou às 13h30, com meia hora de atraso.

O jovem também estava acompanhado de dois assessores do grupo EBX e cinco seguranças, que permaneceram na escolta até dentro do Fórum.

Trinta minutos depois de iniciada, a audiência foi suspensa a pedido dos advogados de Thor, que queriam examinar documentos trazidos pelo perito judicial Hélio Martins Junior, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.

Martins Junior foi o responsável pelo laudo técnico que atestou que Thor dirigia a 135km/h no momento do atropelamento. O documento apresentado na audiência detalhava como foram feitos os cálculos que levaram o perito a concluir a velocidade em que o carro trafegava.

A audiência só foi retomada às 16h e suspensa novamente dez minutos depois, porque faltou energia no Fórum de Caxias.

Sem luz, foi impossível imprimir a ata da audiência. A juíza, então, fez uma certidão à mão, assinada pelos presentes.

Um dos advogados de Thor, Celso Vilardi, disse que pedirá o anulamento da audiência por causa da inclusão do documento. “Nós entendemos que esse documento não podia ser juntado só agora. Fizemos um requerimento para que o interrogatório fosse adiado e a juíza indeferiu, mas nós vamos recorrer. Ele [Thor] ficou em silêncio especificamente porque não concordamos com a juntada desse documento”, afirmou Vilardi. A velocidade máxima permitida na Rodovia Washington Luiz, local do acidente, é de 110 km/h.

“O trabalho da perícia foi fundamental. Os cálculos foram feitos, a velocidade foi determinada em 135 km/hora. Esse foi o resultado da análise técnico-científica que foi feita”, disse o perito Martins Junior ao deixar o Fórum.

Thor e Luma deixaram o Fórum sorridentes, mas sem falar com os jornalistas. A juíza e a promotora do caso, Simone Paiva da Mota, também não quiseram comentar o caso.

Acidente

Wanderson Pereira dos Santos foi atropelado por volta das 19h do dia 17 de março, quando voltava de bicicleta do trabalho para casa.
Ele foi atingido pela Mercedes SLR McLaren conduzida por Thor, avaliada em cerca de R$ 2,7 milhões, quando trafegava pela rodovia Washington Luís, na altura de Xerém, em Duque de Caxias. A vítima morreu na hora.

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