O ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos disse nesta segunda-feira (20) que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir abrir um processo contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, isso não significará nenhum tipo de envolvimento do Planalto no caso do mensalão. "Não demonstra, de maneira nenhuma. Não tem nada a ver uma coisa com a outra", declarou o ex-ministro que participou do lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Para Bastos o que existe "é uma proposta do procurador (da República) de que se vá fazer uma ação penal e é nessa ação penal que se vai decidir juridicamente a culpa ou inocência, não só do José Dirceu, mas de todos aqueles que estão apontados na denúncia".
Questionado se o julgamento do caso do mensalão pelo STF significaria a volta do pesadelo para o Planalto, Marcio Thomaz Bastos minimizou: "Acho que não porque uma denúncia criminal precisa ser vista na medida do ela realmente é". E completou: "Agora o Supremo vai decidir se aceita ou não, em que medida aceita e aí é que vai começar uma ação penal para apurar a culpa o grau de culpa ou a inocência das pessoas que são acusadas. É assim que funciona no regime democrático".
Ao ser indagado se o STF tem estrutura para chegar ao final do inquérito, Marcio Thomaz Bastos respondeu que espera que sim, porque a Constituição prevê o foro de prerrogativa, e a competência é do Supremo para julgar. "Então o Supremo deve julgar, eu espero que julgue", declarou. Ele ainda defendeu a reforma do Judiciário. "Por isso que durante todo esse tempo nós temos acentuado a importância da reforma do Judiciário no sentido de reformar as leis de processo penal para tornar tudo isso mais rápido, de modo que as ações penais não acabem terminando no fosso da prescrição.