Com menos de quatro meses de uso, o novo prédio da Câmara de Vereadores de Sertãozinho, interior de São Paulo, está parcialmente interditado por risco de desabamento. O teto do plenário principal afundou 20 centímetros e a estrutura apresenta rachaduras. A obra levou 11 anos para ficar pronta e, ante uma previsão inicial de R$ 1,8 milhão, acabou custando R$ 13 milhões aos cobres públicos – quase 700% a mais. Com a falência da construtora, o Legislativo ainda não sabe quem vai arcar com o prejuízo. O caso será levado ao Ministério Público Estadual.

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O prédio, de 3 mil m², foi construído para acomodar os 17 vereadores e seus gabinetes. O presidente da Câmara, Lúcio Martins de Freitas (PR), disse que, do início da obra até a entrega, houve paralisações e adequações no projeto arquitetônico. Os problemas teriam se agravado depois das chuvas intensas que atingiram a cidade nos últimos dias. “Esse combinado acabou contribuindo para o problema do telhado do plenário e, diante dessa situação, transferi os trabalhos das últimas sessões para o Teatro Municipal, já que esse espaço tem capacidade para 400 pessoas”, disse.

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Freitas contou que está se reunindo com engenheiros, advogados e servidores municipais para encontrar uma solução. As sessões de rotina serão realizadas, a partir da próxima semana, no ‘plenarinho’, o segundo plenário existente no prédio, com capacidade para 50 pessoas. A Câmara formou uma comissão para investigar as causas dos problemas no edifício. De acordo com o vereador Dino Merlim (PSDB), que preside a apuração, uma inspeção prévia indicou que o material usado no teto não condiz com o definido no contrato de obras.

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O laudo de uma perícia deve indicar as condições da estrutura e as obras de reparo, bem como os custos das intervenções. “Quanto à responsabilização dos culpados, todas as medidas cabíveis, entre elas sindicâncias, estão sendo analisadas pela comissão. Uma vez comprovada a culpa, os responsáveis serão punidos”, informou Freitas. A diretoria da Amigos Associados de Sertãozinho (Amasert), entidade civil, aguarda o retorno de informações solicitadas à Câmara para enviar pedido de investigação ao Ministério Público Estadual.