São Paulo – Um delegado de polícia que testemunhou a queda do Learjet A35 no domingo (4) disse nesta quinta-feira (8), em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, que a turbina da aeronave estava pegando fogo na hora do acidente. Segundo relatou à imprensa a delegada seccional Elisabete Sato, responsável pelo inquérito que apura as causas do acidente, a testemunha mora próximo ao local da queda e disse ter acompanhado o trajeto da aeronave, desde a decolagem até sua colisão com as casas.
?Ele disse que estava em casa quando presenciou a aeronave decolando do Campo de Marte e, diferentemente de outras testemunhas, ele afirmou que o avião estava pegando fogo. Fogo na turbina direita?, contou Sato.
De acordo com a delegada, a testemunha deixou claro que viu que o avião estava em chamas logo após ele ter decolado. Também disse que ouviu uma explosão antes da queda da aeronave.
No último domingo (4), um avião Learjet A35 caiu em uma área residencial do bairro da Casa Verde, logo após decolar do Campo de Marte, terminal de aviação executiva na zona norte de São Paulo. O acidente causou a morte de oito pessoas.
A delegada disse que outra testemunha, um corretor de imóveis que também mora na região do acidente, afirmou que o avião caiu de ?barriga para cima?. ?Ele explicou que viu a aeronave decolando; em seguida, ela ficou com as asas em posição perpendicular ao chão; depois ela virou totalmente, como se fosse um looping e então caiu de bico.?
Segundo a delegada, 32 testemunhas já haviam sido ouvidas até o início da tarde desta quinta-feira, no entanto, ainda não é possível precisar o que ocorreu com o avião após a decolagem e muito menos o que causou o acidente. Os motivos só devem ser esclarecidos após a divulgação dos laudos da perícia da aeronave, previstos para março de 2008.
Elisabete Sato disse que os donos da empresa Reali Táxi Aéreo, suposta proprietária do Learjet, devem ser ouvidos na segunda-feira (12). Ela informou que os controladores de vôo que trabalhavam na hora do acidente também devem ser ouvidos, mas ainda não foram identificados pela Aeronáutica.
A delegada informou também que recebeu da empresa cópias de certificados de vistorias realizadas na aeronave de 15 a 24 de outubro pela empresa ABC Táxi Aéreo, de Uberlândia (MG). No documento, o inspetor mecânico atesta que o avião tinha condições de vôo.
No relatório, também há informações de que foram substituídos, no Learjet, dois filtros de combustível, dois rolamentos do conjunto de rodas e da tubulação de pressão do óleo de motor. Além disso, foram removidos um conjunto de freios e um conjunto de rodas.