Testemunha afirma que houve vazamento na Operação Xeque-Mate

O homem-bomba das investigações da Operação Xeque-Mate, Andrey Galileu Cunha, confirmou em depoimento que Dario Morelli Filho, amigo e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era sócio do suposto chefe da máfia dos caça-níqueis, Nilton Servo, numa casa de videobingo em Ilhabela (SP). A testemunha-chave do caso admitiu também que as informações sobre a ação da Operação Xeque-Mate vazaram antes de ela ser deflagrada.

Os depoimentos de Cunha eram mantidos sob sigilo. Ele aceitou o benefício da delação premiada e diz que vai ajudar nas apurações. Nas oito páginas do interrogatório, às quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, a única recusa dele foi em relação aos casos de corrupção de policiais. Recluso em lugar desconhecido, sob a forte proteção de policiais federais, Cunha virou o inimigo nº 1 da quadrilha e declarou que tem medo de ser morto.

Por ter concordado em contribuir com a PF, Cunha foi um dos poucos entre os 78 presos na operação a prestar dois depoimentos. Ele é considerado peça-chave para entender como atuava o grupo liderado por Servo. Desde os 12 anos de idade tem relações com a família do empresário. Cunha conheceu um dos filhos de Servo na escola, ainda no Paraná. Em 2002, 2004 e 2006 trabalhou nas campanhas eleitorais do empresário. Em 2005 foi contratado como seu homem de confiança para atuar nos negócios de caça-níqueis. Era ele também quem acompanhava o empresário nas viagens, como motorista. Após uma suspeita de desvio de dinheiro nos negócios, os dois acabaram brigando em março deste ano e Cunha abriu negócio próprio com outros sócios. Os dois chegam a se jurar de morte em conversas interceptadas pela PF.

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