Brasília (AE) – O Tesouro Nacional quer diminuir dos atuais 53% para 45% a parcela da dívida pública composta por títulos corrigidos pela variação da taxa de juros Selic, disse ontem o secretário-adjunto do Tesouro Nacional José Antônio Gragnani. Considerados um ?calcanhar-de-aquiles? para as contas públicas, esses papéis tornam o custo da dívida menos previsível e mais vulnerável a choques de aumento da taxa de juros como o promovido entre setembro de 2004 e o ano passado pelo Banco Central (BC).
Esse movimento será favorecido pelo processo de redução da taxa Selic. Com a queda dos juros, esses papéis tornam-se menos atraentes e aumentam a possibilidade de o Tesouro vender títulos com outras formas de remuneração. O preferido pelos administradores da dívida são os papéis prefixados (com taxa de correção definida na hora da compra) e os corrigidos por índices de preços, como o IPCA e o IGP-M.
A expectativa do Tesouro é elevar para cerca de 35% o volume de papéis prefixados ao longo deste ano. Em 2005, segundo dados preliminares, a participação desses títulos fechou dezembro em 28%, contra 53% dos títulos pós-fixados corrigidos pelos juros, as chamadas Letras Financeiras do Tesouro (LFT).