Rio – O escritor italiano, Cesare Battisti, de 52 anos, condenado na Itália à prisão perpétua sob a acusação de ter participado de quatro homicídios nos anos 70, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi preso ontem de manhã quando caminhava no calçadão de Copacabana, no Rio. Battisti foi detido numa operação conjunta da Polícia Federal e da polícia da França, na qual agentes seguiram a francesa Lucie Genevieve Olés, que chegou à capital fluminense para entregar 9 mil euros ao escritor. Battisti e Genevieve foram surpreendidos juntos. O agrupamento a que o escritor italiano pertenceu era ligado às Brigadas Vermelhas, grupo armado que em 1978 seqüestrou e matou o líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, é também acusado de homicídios e atentados à bomba.
Embora a prisão de Battisti tenha sido pedida ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo governo da Itália, foram policiais franceses que o localizaram. Battisti morava na cidade desde que fugiu da França, em 1994, após a Justiça daquele país cassar o asilo político que o presidente François Mitterrand lhe dera. Para não ser mandado para a Itália fugiu rumo ao Brasil. Os policiais federais que o prenderam não deram informações sobre a situação de Battisti no País. Ao ser abordado, estava sem documento. Foi ele que admitiu ser Battisti.
Brigadas Vermelhas
O dinheiro que o italiano receberia, disseram policiais, veio do Comitê de Apoio às Brigadas Vermelhas que, em território francês, tem como um dos líderes a escritora de livros policiais Fred Vargas.