A prefeitura de Teresópolis (RJ) desapropriou anteontem, em caráter emergencial, uma fazenda de 190 hectares, supostamente improdutiva, ao custo de R$ 24 milhões, para que sejam erguidas 500 residências. A previsão é começar a construir em fevereiro e entregar as casas até dezembro.
Além das casas, a obra prevê escola, creche, posto de saúde e área de lazer. O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu localizar um representante da Imobiliária Territorial Ermitage, dona da fazenda, para comentar a desapropriação, que se fundamentou no estado de calamidade pública em vigor. “Precisamos tomar medidas drásticas para restabelecer o direito de habitação e moradia digna dos cidadãos”, disse o prefeito Jorge Mario Sedlacek (PT). “É preciso que saiam dos abrigos coletivos para abrigos intermediários, para que possam restabelecer os núcleos familiares.”
Os 1.280 desabrigados de Teresópolis terão dificuldades para conseguir um novo teto. Segundo a prefeitura, já havia um déficit de mil residências antes da tragédia. Para agravar a situação, tampouco existe oferta de terrenos seguros para moradias. A prefeitura foi autorizada pela presidente Dilma Rousseff (PT) a fazer o pagamento de 2.500 aluguéis sociais, cada um em torno de R$ 400 ou R$ 500 mensais, até a entrega de casas populares.