A tentativa da Justiça mineira de firmar hoje um Termo de Ajuste Preliminar (TAP) com a Vale fracassou. A informação foi divulgada agora pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que acompanhou a reunião promovida pela 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte. Uma nova audiência foi marcada para a próxima semana.
A discussão ocorreu no âmbito do processo nº 5010709-36.2019.8.13.0024, que resultou no bloqueio de R$ 1 bilhão nas contas da mineradora a pedido da Advocacia-Geral de Minas Gerais. A reunião contou com a participação de representantes do Ministério Público Estadual e Federal, da Defensoria Pública de Minas Gerais e dos atingidos pelo rompimento da Barragem I da Mina de Córrego do Feijão.
Ontem, moradores e funcionários da Vale já haviam entrado em atrito em uma reunião realizada no Parque da Cachoeira. Segundo Adilson Lopes Silva, representante dos moradores de Córrego do Feijão, o encontro era para escolher os representantes da comunidade na comissão de vítimas e definir a pauta de reivindicações. “Eles foram de penetra. Não foram convidados. Não era assunto deles. Mas começaram a negar todas os pedidos”, conta.
O morador reclama da falta de representantes da Vale nas comunidades que possam, de fato, ouvir e atender os pedidos das localidades atingidas. “Nas comunidades, só tem funcionário disfarçado de voluntário. Não tem ninguém que possa resolver nada”, diz.
“Saímos preocupados pela lentidão. Estamos observando e atentos para que não se repita o que acontece na bacia do Rio Doce. A reparação deve ter a participação direta, informada e organizada da população atingida”, afirma Joceli Andrioli, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB.