O titular da Vara Federal de Execuções Penais, juiz Odilon de Oliveira, confirmou que foi utilizado um helicóptero na tentativa de resgate no Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Um grupo de pelo menos dez homens fortemente armados tentou resgatar no último domingo (13) criminosos que cumprem pena no presídio, que abriga, entre outros, os megatraficantes Fernandinho Beira-Mar e Juan Carlos Abadía. "Temos motivos de sobra para manter um estado de alerta máximo", ressaltou o juiz Oliveira.
Os agressores chegaram até o pátio externo da penitenciária, depois de cortar os arames farpados da cerca que delimita a área do presídio, e de uma distância de 100 metros dispararam tiros de fuzis de longo alcance contra três das quatro torres de vigia. Os agentes penitenciários reagiram. Por 30 minutos, houve troca de tiros. Os atiradores não foram identificados. Eles fugiram depois que os agentes utilizaram granadas para deter o avanço dos invasores. A investida não deixou feridos.
Informações que deverão ser confirmadas pela Polícia Federal dão conta de que os invasores foram apoiados por dois carros, uma moto e um helicóptero que sobrevoou o local durante o tiroteio. Um dos suspeitos de chefiar o ataque, segundo o juiz, é Sandro Carvalho, de 31 anos. Ele cumpre pena na penitenciária Estadual de Segurança Máxima de Campo Grande, por porte ilegal de explosivos, armas e tráfico de drogas.
O juiz Oliveira explicou que todos os 158 condenados do Presídio Federal de Campo Grande são de alta periculosidade. Além de Beira-Mar e Abadía, também estão no local João Arcanjo, ex-bicheiro de Mato Grosso, e Farouk Abdul Hay Omairi, citado em relatório americano como colaborador do Hezbollah.
O diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Wilson Sales Damázio, que está em Campo Grande inspecionando o sistema penitenciário, disse que o sistema de segurança funcionou perfeitamente e não seria necessário nenhum tipo de reforço. "Foi uma reação precisa contra o bando. É muito difícil um resgate de preso dessa penitenciária. O ataque não modificou nenhum ponto de segurança, tudo continuará igual. O assunto está encerrado no presídio. Vamos aguardar os resultados das perícias", afirmou Damázio.