Domingos Peixoto / AG |
Bombeiros trabalham no resgate da vítimas. |
A Defesa Civil contabilizou até o começo da tarde de ontem 17 mortos em Petrópolis em decorrência dos deslizamentos provocados pelas chuvas fortes que caíram no Rio de Janeiro, durante a madrugada. Nove corpos foram encontrados na Favela da Lavadeira, no quilômetro 82 da Estrada do Contorno, entre os bairros Bingen e Duarte Silveira, em Petrópolis, elevando para 17 o número de mortos. No entanto, a Defesa Civil atendeu 140 ocorrências desde o início do temporal, quando chegou a chover 180 milímetros no bairro Duarte da Silveira, resultando na morte de 12 pessoas somente na Favela da Lavadeira.
Rio – O comandante da Defesa Civil, Carlos Alberto de Carvalho, e o prefeito, Rubens Bomtempo, (PSB), estiveram no local avaliando os estragos da chuva. Moradores da Favela da Lavadeira disseram que havia possibilidade de se encontrar mais dois corpos de vizinhos soterrados no local. Os homens da Defesa Civil prosseguiram com as buscas durante todo o dia.
Outras quatro pessoas morreram soterradas, quando uma casa na mesma favela desabou. Estas vítimas foram identificadas como Lurdes Silveira, 60 anos; Sandra Helena Silveira Barbosa, 38 anos; Fabiana Silveira Barbosa, 19 anos, e um rapaz identificado apenas como Eduardo, 24 anos. Os corpos de Botelho Melo, 65 anos, e Waldir Klin, 51 anos, foram encontrados dentro de um carro, que foi encoberto pela água no Rio Piabanaha.
Um homem branco, de aproximadamente 40 anos, foi arrastado pela correnteza do Rio Piabanha, que transbordou e inundou a Rua do Imperador e a Praça Dom Pedro, no Centro. O corpo da vítima apareceu horas mais tarde em frente à Câmara Municipal do município. Um outro corpo, também não identificado, desapareceu no Centro da cidade. Residências e lojas comerciais foram invadidas pelas águas que chegaram a altura de um metro e meio na Rua do Imperador, onde aproximadamente 60 carros foram arrastados pela correnteza.
O trânsito ficou em mão dupla nos quilômetros 80 e 82 da BR-040(Rio-Juiz de Fora) devido a queda de barreiras. Os motoristas tiveram que tomar cautela no local para não provocar acidentes. A previsão era de que nova chuva forte deveria cair à tarde e à noite em toda a região serrana. A Polícia Rodoviária Federal pediu aos motoristas que somente utilizassem a rodovia em caso estritamente necessário, já que há risco de novos deslizamentos de terra neste trecho da rodovia.
Os bombeiros foram acionados para vários pontos, mas foram impedidos de sair do quartel por causa dos alagamentos. Ainda em Petrópolis foram registradas quedas de barreira nos Km 81 e 82 da Rodovia Rio-Petrópolis. Durante uma hora choveu 140 milímetros em Petrópolis, mesma quantidade de chuva que caiu sobre Angra dos Reis no início do ano, mas em 21 horas.
O temporal também atingiu a Baixada Fluminense e a cidade do Rio de Janeiro.