Desde 1930, a temperatura média na cidade de São Paulo aumentou mais de 1º C, segundo estudo elaborado no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP). Os dados, coletados e analisados pela pesquisadora Jane Ramires, foi apresentado no painel ‘Mudanças climáticas e cidades’ que fez parte das atividades do primeiro dia da 7ª Virada Sustentável.

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A pesquisa avaliou informações produzidas durante oito décadas por duas estações metereológicas da capital, nos bairros de Santana e Ipiranga. Dados como temperaturas, máximas, médias e mínimas apresentaram aumento. Além disso, chuvas com mais de 30 mm e 50 mm, classificadas entre “eventos extremos” pela pesquisadora, se tornaram mais freqüentes. O estudo ainda identificou diminuição na média da umidade relativa do ar e aumento da precipitação acumulada, que mede o volume total das chuvas ao longo dos anos.

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“Não é linear, esse processo, mas vemos em toda a literatura sobre mudanças climáticas que esses eventos realmente não ocorrem de maneira linear”, diz Jane sobre as chuvas mais intensas, que tiveram tendência de aumento, apesar de isso ter ocorrido em todas as décadas analisadas. Ela também chama atenção para o problema das ocupações irregulares na cidade, que aumentam a incidência de ilhas de calor e também o risco de deslizamentos de terra. “Os últimos remanescentes da Mata Atlântica na cidade estão sendo devastados por loteamentos irregulares, tanto por invasões populares quanto por empreendimentos imobiliários para público de média e alta renda.”