O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira, 17, durante cerimônia que concedeu honraria a alguns médicos selecionados pelo Ministério da Saúde, que os políticos e os médicos têm em comum lutar pela recuperação do País. “Ele (médico) presta serviço social relevantíssimo porque está levando para as famílias a esperança da recuperação. Na classe política também é assim. Quem está na classe política busca esta recuperação para o País”, disse.

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Apesar de a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados começar a discutir nesta terça a aceitação ou não da segunda denúncia criminal contra o presidente – o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomenda a rejeição -, Temer tentou dar um ar de normalidade ao abrir o Salão Leste para homenagear a classe médica. Na saída do evento, ele não quis responder aos jornalistas sobre a expectativa do andamento da denúncia.

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A cerimônia acontece um dia depois de o presidente ter enviado uma carta aos parlamentares dizendo-se vítima de uma conspiração para lhe tirar a cadeira presidencial e em meio a uma crise com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é o sucessor de Temer em caso de afastamento. Temer chegou acompanhado apenas do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e concedeu o palanque aos médicos homenageados. Barros fez um curto discurso antes da premiação.

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Em sua fala, o presidente disse que não seguiria o discurso escrito, lembrou de seus tempos no interior de São Paulo e afirmou que os médicos eram como autoridade nos municípios antigamente. “O médico era uma figura venerada, respeitada e ganhava grande prestigio na sociedade local”, afirmou o presidente. Temer disse ainda que a solenidade de hoje era importante por reverenciar a meritocracia.

Homenagem

A Ordem do Mérito Médico foi criada em 1950 e é concedida pelo presidente da República após convite do ministro da Saúde. O evento desta terça-feira é alusivo ao Dia do Médico, comemorado amanhã. Na cerimônia desta terça-feira, Temer entregou medalha de Ordem do Mérito Médico a 12 profissionais que, segundo o ministério da Saúde, “no decorrer do exercício da profissão, se destacaram no setor público e/ou privado de saúde ou prestaram serviços notáveis ao Brasil”.

Receberam a honraria de grau classe grande oficial – os seguintes profissionais: Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, que é atual Presidente do Conselho Federal de Medicina; Florentino de Araujo Cardoso Filho, presidente da Associação Médica Brasileira; Márcio José de Almeida, que foi Diretor da Escola de Saúde Pública do Paraná e é professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Ensino na Saúde; Maria Inês Pordeus Gadelha, especialista em Oncologia Clínica; Mônica Almeida Neri, presidente da Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (ABRAHUE); Vanessa Van Der Linden Mota, realiza projeto de pesquisa na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em Pernambuco; e Raul Cutait, doutor e livre-docente da Faculdade de Medicina da USP. Cutait chegou a ser sondado para assumir o ministério da Saúde quando Temer estava prestes a assumir a presidência.

Também foram homenageados com a honraria da Classe Comendador: Aureo Augusto Caribé de Azevedo, atua como médico da Unidade de Saúde da Família no povoado de Vale do Capão, na Bahia; Carmen Luiza Correa Fernandes, especialista em medicina de família e comunidade; Elisabeto Ribeiro Gonçalves, oftalmologista no Instituto de Olhos de Belo Horizonte (MG); José Enio Servilha Duarte, presidente do COSEMS/SP por três oportunidades seguidas, de 2000 a 2005; Sildo Gonzaga Tomaz, médico indígena da etnia Ticuna.

De acordo com o ministério da Saúde, desde 2004 já foram concedidas 63 medalhas da Ordem para nomes como Adib Jatene, Dráuzio Varela, Zilda Arns, Sérgio Arouca, José Gomes Temporão, Darcy Fontoura de Almeida, Gastão Vagner de Souza Campos e, no ano passado, em homenagem póstuma, o acadêmico e cirurgião plástico, Ivo Pitanguy.