Teleférico do Alemão, no Rio, inicia fase de testes

Com o início oficial dos primeiros testes tripulados hoje, começa a tomar forma final o teleférico que vai integrar o Complexo do Alemão ao sistema de transporte ferroviário do Rio de Janeiro. A inauguração das seis estações e da linha de 3,5 km só acontece em março, mas a obra milionária já virou símbolo do futuro do conjunto de favelas da zona norte da cidade, após a fuga dos traficantes de drogas que dominavam a região.

O novo meio de transporte deve reduzir para 15 minutos um trajeto que pode levar mais de uma hora com ônibus, vans ou a pé. Nas 152 gôndolas do sistema, os passageiros poderão circular entre a estação de trem de Bonsucesso e as paradas do Adeus, da Baiana, do Alemão, do Itararé e da Fazendinha.

Cada cabine terá capacidade para transportar 10 passageiros – oito sentados e dois de pé. O público esperado é de 30 mil pessoas por dia, o que corresponde a um terço dos moradores do conjunto de favelas. “É o primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil e deve servir de modelo para todo o País”, afirma Ícaro Moreno, presidente da Emop, empresa vinculada à Secretaria de Obras do Estado que comanda a construção. “O teleférico é seguro, não produz poluição sonora ou da atmosfera, e leva a população a locais de difícil acesso”, acrescentou.

Amanhã, às 9h30 da manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o passageiro de honra da atual etapa de testes. Na estação de trem de Bonsucesso, ele vai embarcar em uma das sete gôndolas em operação atualmente, passará pelo Morro do Adeus e encerrará a viagem no Morro da Baiana.

Inspirado em um projeto desenvolvido em Medellín, na Colômbia, o teleférico do Alemão é a principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no conjunto de favelas. Sua construção consumiu boa parte dos R$ 725 milhões investidos nas comunidades, uma vez que o governo precisou desapropriar imóveis, construir conjuntos habitacionais para realocar moradores e realizar intervenções urbanas para adaptar a região ao novo sistema de transportes.

Por decreto do governador Sérgio Cabral, os quase 90 mil moradores do Complexo do Alemão serão cadastrados e terão direito a uma viagem por dia em cada sentido da linha. Os mais beneficiados devem ser os moradores do Morro da Fazendinha, o mais distante da estação de trem de Bonsucesso.

“Quando uma pessoa desembarca do trem, precisa esperar no sol para pegar um ônibus ou uma van velha. Com o teleférico, não vai haver espera e o morador não vai enfrentar engarrafamento”, avalia o presidente da Associação de Moradores da Fazendinha, Williams Silva. As estações terão serviços para a população, como salas de leitura e agências bancárias. A expectativa é de que a integração das comunidades com o sistema de transportes também atraia mais empresas e negócios para as favelas.

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