A partir de julho, os smartphones Android terão a opção de bloquear a tela automaticamente, quando houver a detecção de um movimento que sugira furto, como alguém agarrar o aparelho e sair correndo. O recurso foi anunciado no evento Google for Brasil, realizado em São Paulo nesta terça-feira (11).
A tecnologia batizada de “bloqueio por detecção de roubo” foi uma ideia da subsidiária da big tech sediada em Belo Horizonte repassada ao vice-presidente da Android, Sameer Samat, de acordo com o líder da Android no Brasil, Bruno Diniz. A solução teve anúncio em evento global do Google em maio.
“Foi uma dificuldade enfrentada pelos membros da nossa equipe e pensamos que poderia ter impacto para os usuários do resto do mundo”, disse Diniz, em apresentação fechada à imprensa.
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As facilidades proporcionadas pelo sistema financeiro moderno do Brasil incentivaram roubos de smartphones. Esses dispositivos, com a tela desbloqueada, permitem a realização de transações financeiras, como compras e transferências, em instantes. Além disso, podem resultar no vazamento de imagens sensíveis, usadas posteriormente em casos de extorsão.
Furtos e roubos de celulares aumentou no Brasil
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados em julho, o Brasil registrou um crescimento de 16,6% de furtos e roubos de telefones celulares no período de um ano, saindo de 853 mil casos em 2022 para 999,2 mil ocorrências no ano passado.
A média é de 114 celulares roubados por hora no país, cerca de dois a cada minuto. Os estados da Bahia e do Rio de Janeiro puxaram a alta nesse tipo de crime. Na cidade de São Paulo, os roubos se concentram na região central.
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O Brasil oferece um ambiente de testes robusto para o Google, uma vez que o país é o terceiro maior mercado de Android no mundo, com mais de 150 milhões de usuários.
Como vai funcionar o bloqueio do celular por detecção de roubo
O bloqueio por detecção de roubo é ativado a partir de um gatilho chamado “grab and run” – a partir dos sensores e do aplicativo aberto no smartphone, esse mecanismo detecta a chance de alguém ter agarrado o aparelho e ter saído correndo, seja em uma bicicleta, a pé ou em um carro.
Uma inteligência artificial interpreta os movimentos de “agarrar e correr” a partir dos dados do acelerômetro e dos aplicativos abertos no smartphone. O usuário precisa ativar na tela de configurações essa opção, que estará desativada por padrão.
Diniz previne que, em um primeiro momento, o recurso poderá gerar bloqueios indesejados, uma vez que foi programado para ter mais falsos positivos do que negativos. “Quando a IA bloqueia por engano, a perda é um pequeno incômodo para o usuário, mas, quando não tem bloqueio no momento do crime, o usuário pode ter suas contas esvaziadas.”
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Trata-se de um bloqueio de tela simples, desativado com reconhecimento biométrico ou senha, diferentemente do bloqueio presente no “Encontre meu celular”, em que o usuário pode deixar uma mensagem na tela do smartphone.
Ao desbloquear o aparelho travado automaticamente, o usuário receberá a informação de que o mecanismo de bloqueio automático foi a razão da trava.
Google vai testar bloqueio remoto do celular
O Google também oferecerá uma opção ao bloqueio remoto disponível na página “encontre meu dispositivo”. Será possível fazer um bloqueio de tela simples, sem necessidade de acessar a conta Google, com senha.
O intuito, de acordo com a big tech, é facilitar que usuários vedem o acesso ao dispositivo rapidamente, após furtos, roubos ou extravios. A nova página de bloqueio poderá ser acessado via computadores ou smartphones de terceiros, a partir do número de telefone.