O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, disse na tarde desta terça-feira, 20, que a Prefeitura está tentando “amenizar” os transtornos da paralisação de parte dos motoristas e cobradores de ônibus na capital paulista. O dirigente também cobrou uma ação maior da Polícia Militar para coibir o abandono dos coletivos no meio da rua. Para Tatto, houve “passividade” da corporação. Ele também chamou o ato dos condutores e cobradores de “sabotagem” e “vandalismo”.
“Acionamos a Polícia Militar para que ela cumpra uma decisão judicial de que todas as vezes que tiver obstrução do ônibus, por se tratar de um serviço essencial, que ela possa agir”, disse em entrevista em seu gabinete, no centro. “O que não pode é um serviço essencial ser paralisado sem avisar o usuário. De manhã, todos foram trabalhar usando o transporte público, e o usuário da cidade de São Paulo é muito dependente do transporte sobre pneus, e durante o dia foram surpreendidos sem ônibus para voltar para casa.”
Para “amenizar” o problema, o rodízio de veículos foi suspenso e ônibus de regiões onde a paralisação não foi tão intensa estão sendo desviados para as áreas mais críticas, informou o secretário. “No sentido de não permitir que uma outra parte da cidade seja prejudicada.”
Tatto ainda afirmou que está acionando o Ministério Público para “garantir o direito de ir e vir”. “Espero que o bom senso aconteça e isso termine o mais rápido possível.”
Críticas
Além disso, para ele, a Polícia Militar teria que ser mais preventiva. “No momento que começa esse tipo de ação, um pequeno grupo vai lá e usa o ônibus e o atravessa na avenida, se a Polícia Militar agisse de pronto talvez não encorajasse outros grupos a fazerem isso. O que a gente tem observado é que Polícia Militar observa passivamente a ação dessas pessoas. Isso, no momento em que está acontecendo. E depois que acontece, se a CET tenta guinchar um carro, ela não garante a segurança. E, por último, ela não tem cumprido a decisão judicial, o que é corriqueiro na cidade.”
Para o secretário, a paralisação é uma ação de uma minoria dos motoristas e cobradores. Ele cobrou investigações da Polícia Civil e do Ministério Público “para ver o que está ocorrendo neste setor dos transportes da cidade de São Paulo”.
Ao se referir à paralisação, Tatto criticou motoristas que pararam os ônibus na rua e que depois saíram com as chave do veículo. “É um ato que, no nosso ver, se caracterizou como um ato de sabotagem, de vandalismo, obstruindo a via.”
Terminais
Mais onze terminais de ônibus da capital paulista foram fechados nesta terça-feira, 20. Trata-se das paradas Sacomã, na zona sul; Amaral Gurgel e Mercado, no centro; Lapa, Barra Funda, Bandeira, Butantã, na zona oeste; e Cachoeirinha, Santana e Casa Verde, na zona norte. Mais cedo, outros três terminais de ônibus da capital paulista foram fechados por trabalhadores da categoria. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), os Terminais Pirituba, na zona norte, Princesa Isabel, no centro, e Pinheiros, na zona oeste, estão bloqueados desde as 9h50. Os demais fecharam as portas por volta das 11h15. Por causa da paralisação dos ônibus, o rodízio municipal de veículos foi suspenso nesta terça-feira, 20, para automóveis e caminhões no horário das 17h às 20h.