O senador Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, disse nesta quarta-feira (26) ao comentar a situação de seu correligionário, Eduardo Azeredo (MG), que "compreende a indignação e o sofrimento de um homem honesto diante das acusações que vem sofrendo", citando as suspeitas de ligação com o esquema conhecido como ‘mensalão mineiro’. Para Tasso, o senador Azeredo "vai repor a verdade o mais rápido possível, porque não existe nenhuma ligação entre a campanha eleitoral dele e qualquer outra campanha do partido."
Apesar das declarações públicas de compreensão feitas por vários tucanos, em conversas reservadas senadores e deputados demonstraram contrariedade com a referência de Azeredo a Fernando Henrique Cardoso. Arthur Virgílio (AM), líder do partido no Senado, conversou com Azeredo e disse que ele havia sido "infeliz" na declaração dada à imprensa em que diz que a campanha teve elo com a de FHC em 1998.
Alguns tucanos lembraram o PSDB "foi enganado" quando surgiram as denúncias na CPI dos Correios. A queixa é de que o senador Azeredo não havia informado o partido da relação financeira de sua campanha com o empresário Marcos Valério e a agência de publicidade SMPB. "Eu só soube que havia participação da SMPB ao final da campanha, e não foi pela minha mão que ela participou. Quem mobilizou a agência do senhor Marcos Valério foi Clésio Andrade. A agência que nós contratamos foi a do Duda Mendonça", disse Azeredo.
Sobre a frase ligando a campanha à reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, Azeredo disse: "Apenas constatei que é assim que as coisas acontecem, que as campanhas se cruzam, principalmente para os cargos majoritários".