Tarso Genro e Polícia Federal divergem sobre apurar doações

O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o delegado Cláudio Nogueira, encarregado do inquérito da Operação Águas Profundas, deram declarações contraditórias sobre a destinação de dinheiro desviado da Petrobras para campanhas eleitorais. Tarso disse que isso não é objeto de investigação da Polícia Federal, enquanto Nogueira assegurou que a PF vai, sim, apurar tudo o que encontrar.

As empresas do grupo desmantelado pela PF fizeram doações superiores a R$ 1,8 milhão ao PT e a candidatos petistas, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-governadores do Rio Rosinha Matheus e Anthony Garotinho (PMDB) também teriam se beneficiado do esquema, articulado pelo empresário Ruy Castanheira, por meio de empresas e ONGs.

?A PF não investiga partidos, nem personalidades políticas, nem campanhas. Investiga delitos. Se tiverem ramificações em outras áreas, serão investigadas a pedido do Ministério Público?, disse Tarso, após inaugurar uma central de inteligência no Rio, com o governador Sérgio Cabral (PMDB).

Após a manifestação de Tarso, o delegado foi em sentido contrário, garantindo que a investigação prosseguirá. E frisou que não tem mais dúvida do envolvimento do casal Garotinho no escândalo. ?O esquema que lesava o patrimônio da Petrobras usava a mesma modalidade criminosa de um esquema político usado no governo anterior do Rio?, frisou. Ele informou que a PF, ao se deparar com indícios de um crime, tem o dever de ofício de investigá-lo.

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