O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou nesta segunda-feira (10) que tenha se criado um ?cabo-de-guerra? entre o Brasil e a Espanha por causa do repatriamento de brasileiros e o impedimento da entrada de cidadãos espanhóis no Brasil.
De acordo com o ministro, cada país aplica soberanamente a sua legislação, mas o Brasil espera que seus cidadãos recebam das autoridades de outros países o mesmo tratamento que os estrangeiros recebem aqui.
?Nós queremos que os brasileiros, lá na Espanha, tenham o mesmo tratamento digno, sóbrio, respeitoso, que tem qualquer estrangeiro que chega aqui no Brasil?, afirmou.
Tarso Genro assegurou que, se for necessário, a legislação será olhada com ?lupa?, para que autoridades de fora sintam que aqui também há leis.
?Esse trabalho sempre é feito por amostragem, então pode-se aumentar a amostragem num determinado momento para que as negociações ocorram, através do Itamaraty, de maneira tranqüila, e vai se chegar a um ponto de estabilidade?, disse.
O ministro da Justiça disse que não há instabilidade nas relações entre os dois países, e acredita que a situação incômoda entre Brasil e Espanha deve se estabilizar. ?Os países têm que exercer soberanamente essa atividade. O Brasil as exerce de maneira mais ou menos rigorosa, dependendo do período, mas não há nenhuma crise de relacionamento do governo brasileiro com o governo espanhol e nós temos absoluta certeza de que isso tende a se ajustar?, afirmou.
Tarso Genro considerou ?altamente positiva? para a União Européia e para o Brasil a vitória do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do presidente José Luis Rodríguez Zapatero, que, segundo ele, tem uma excelente relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva há anos.
O ministro participou hoje da abertura da II Jornada Lei Maria da Penha, no Supremo Tribunal Federal (STF).