O ministro da Justiça, Tarso Genro, reagiu ao anúncio de que oficiais da reserva patrocinarão uma espécie de anti-seminário no Clube Militar do Rio de Janeiro, na quinta-feira (31), no qual devem exibir uma série de slides com fotos e uma biografia resumida de ministros de Estado e petistas ilustres, em resposta à audiência pública convocada pelo ministro na semana passada para discutir a punição de “agentes do Estado” que tenham praticado tortura, assassinatos e violações de direitos humanos durante o regime militar. “A minha (ficha) me orgulha”, declarou Genro, cuja ficha deverá ser a quinta a ser mostrada no evento, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Os militares de reserva “têm o direito de fazer a manifestação que quiserem”, disse o ministro, acrescentando que apenas levantou uma “questão jurídica”. “Em nenhuma legislação, em nenhum tratado internacional, nenhuma convenção internacional, em nenhum país democrático, tortura é considerado crime político. Foi só isso que eu coloquei”, afirmou Genro, após participar do debate “O Brasil e o Estado de Direito”, realizado hoje no auditório do Grupo Estado.
O ministro da Justiça negou a acusação de que teria interesses políticos por trás da sua posição, classificando-a de “uma ligação absolutamente despropositada e falsa”. “Eu considero leviana a informação que circulou em uma determinada coluna de que levantar este tema está vinculado a uma questão sucessória”, disse. “Primeiro porque eu não sou candidato à Presidência da República”, explicou Genro. Segundo ele, este processo será conduzido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Genro argumentou que a questão “é discutida em todo o mundo, nos Estados Unidos, no Brasil, na Argentina…