Documento enviado pela Prefeitura à Câmara para justificar o aumento na passagem de ônibus de R$ 3,80 para R$ 4, que passa a valer à meia-noite, prevê que neste ano o número de viagens feitas nos coletivos municipais será ainda menor do que foi em 2017. Por outro lado, há previsão de aumento do número de viagens gratuitas – para estudantes, portadores de deficiência e idosos. Os trens da CPTM e do Metrô também passam a cobrar R$ 4,00.
Hoje (6) é o último dia para comprar créditos do bilhete único com valor antigo. As catracas reconhecem a data e não descontam o valor novo quando o usuário passa pelas catracas.
Em 2017, a previsão era de que 58,9 milhões de viagens por mês fossem gratuitas. Para este ano, a oscilação é para 59,9 milhões, ou 1 milhão a mais. Por outro lado, a previsão total é de uma média mensal de 263 milhões de viagens por mês no sistema, ante uma média de 269 milhões registradas em 2017 (dado até novembro). Os números estão em queda desde 2011.
Segundo a Prefeitura, as gratuidades crescem desde a implementação do passe estudantil, em 2015. “A projeção de gratuidades tem como base o porcentual registrado em 2017, quando 25,4% das viagens foram feitas com o benefício do bilhete gratuito”, informa a São Paulo Transporte (SPTrans).
Para o mestre em Transportes pela USP Sérgio Ejzenberg, a falta de investimento é um motivo para o cenário. “De um lado, há o metrô, sem a mesma queda de passageiros. De outro, um sistema (os ônibus) que não atende às expectativas.”
Atualizada pela inflação, a tarifa teria de ir para R$ 4,18. A diferença será coberta com verba da Prefeitura repassada às empresas de ônibus. O orçamento para esse subsídio neste ano é de R$ 2,1 bilhões para pagar subsídios – que também custeiam essas gratuidades. Segundo as planilhas da Prefeitura, caso não houvesse subsídio, a tarifa teria de ser de R$ 6,66 para custear todas as passagens gratuitas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.