Suzane von Richthofen: do presídio de Rio Claro (SP), ela foi levada para a casa de seu tutor. |
Suzane von Richthofen, de 22 anos, saiu ontem do Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior de São Paulo, por volta das 17h40. A ex-estudante de Direito foi beneficiada por habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sexta-feira, que lhe garantiu o direito de aguardar seu julgamento, marcado para a próxima segunda-feira, em prisão domiciliar.
Cerca de 50 populares que acompanharam a movimentação gritavam ?assassina? e ?você vai morrer?. Embora a direção do Centro de Ressocialização não tenha confirmado, um policial militar comentou que Suzane seria levada para a casa de seu advogado e tutor Denivaldo Barni, em São Paulo. Richthofen foi escoltada por viaturas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo do Centro de Ressocialização até o endereço em que vai ficar.
A jovem, ré confessa do assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, junto com seu ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele Christian, em 31 de outubro de 2002, em São Paulo, ficará na casa de seu tutor, o advogado Denivaldo Barni, na zona sul da capital.
A ex-estudante, após ser solta em junho de 2005, voltou para a prisão em 10 de abril, quando o juiz Francisco Chequini, do Tribunal do Júri, decretou a prisão da jovem, acatando pedido do promotor Roberto Tardelli. O promotor baseou seu pedido em uma reportagem publicada com exclusividade pelo jornal Estado de São Paulo, em 8 de abril, informando que Suzane queria cuidar do patrimônio da família.
Na época, o promotor disse que o irmão de Suzane, Andreas, corria risco de morrer. ?Andreas é inventariante (administrador dos bens dos pais), autor da ação de exclusão de herança e testemunha no processo. Ou seja, ele se tornou um obstáculo vivo para que ela alcance seu objetivo, que é dinheiro?, disse Tardelli. Suzane procurou a Justiça pedindo para se tornar a gerente do patrimônio dos pais. A petição, assinada pelo advogado Denivaldo Barni Júnior, ataca Andreas duramente, dizendo que ele cuida dos bens com ?total descaso e desleixo?, age ?com patente má-fé? e tenta manipular o Judiciário.
Julgamento
O julgamento, de Suzane e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, seus cúmplices no assassinato, vai acontecer no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Os três confessaram terem assassinado os pais dela a golpes de paulada na madrugada de 31 de outubro de 2002. Eles simularam um assalto para desviar o foco da polícia.