O tenente Daniel dos Santos Benitez e os cabos Sergio Costa Junior e Jefferson de Araújo Miranda, suspeitos do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 11 de agosto, tiveram as prisões temporárias decretadas hoje pelo plantão judiciário de Niterói, na região metropolitana do Rio.
Eles trabalhavam no Grupo de Ações Táticas (GAT) do 7º BPM (São Gonçalo) e já estão presos por outro crime: o assassinato de Diego de Souza Beliene, de 18 anos, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 3 de junho.
De acordo com o chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, delegado Felipe Ettore, as prisões por esse assassinato foram decretadas por Patrícia poucas horas antes de morrer. Os três e demais integrantes do GAT foram incluídos no processo sobre a morte do jovem, registrado na delegacia, inicialmente, como um auto de resistência.
A advogada de um dos militares recebeu de Patrícia a informação de que seriam incluídos no processo, e passou a ele a informação.
Os três militares fizeram um reconhecimento da casa da juíza, em Piratininga, Niterói, um mês antes do assassinato, usando uma viatura sem GPS do 12º BPM (Niterói). No dia da morte de Patrícia, receberam a informação da advogada de que as prisões seriam decretadas.
“Júnior e o tenente foram até o Fórum, seguiram Patrícia até sua casa e a executaram”, disse Ettore. Segundo ele, os militares assassinaram a juíza na expectativa de que não tivessem as prisões decretadas. “Tinha de ser naquele dia, mas eles não sabiam que a decisão já havia sido tomada”, afirmou.
Dois policiais do GAT já estavam presos pela morte de Diego. Patrícia decretou as prisões de outros seis. “A munição usada no crime é da Polícia Militar, do 7º BPM”, disse o delegado. Todas as pistolas calibre .40 e .45 do batalhão, e revólveres calibre 38 foram recolhidas nesta manhã.
De acordo com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o armamento está sendo substituído, para que a segurança da região não fique desguarnecida. “O que interessa é a busca da verdade”, afirmou Beltrame. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, disse que a ausência de escolta não interferiu na morte da juíza. “Se ela tivesse escolta ou não, naquele momento eles iriam matá-la. A escolta previne, mas não evita”, disse.
O procurador-geral de Justiça, do Ministério Público do Rio, Cláudio Lopes, afirmou que a polícia deu uma “resposta rápida, em um prazo bem razoável”. “Temos motivo do crime e provas verdadeiras do envolvimento dos três policiais”, afirmou.