O homem suspeito de matar Sérgio Rosa Sales, 24, primo do goleiro Bruno Fernandes, confessou hoje o crime durante audiência no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte.
Em depoimento, Alexandre Ângelo de Oliveira, 28, conhecido como Neguinho, 18, alegou que matou Sales porque ele estaria assediado sua namorada, Denilza Cezário da Silva, 30. Ela também foi ouvida hoje e negou ter relação com crime. Apenas confirmou que foi “abordada” pelo primo do goleiro.
Na audiência de instrução, concluída hoje, foram ouvidas oito testemunhas – cinco de acusação e três de defesa. Três foram dispensadas.
Encerrada essa fase, defesa e acusação tem prazo de 48 horas para apresentarem as alegações finais. Após essa etapa, o juiz deve decidir se os acusados irão a júri popular.
Sales foi assassinado com seis tiros quando saiu de casa em Minaslândia, na região norte de Belo Horizonte, no dia 22 de agosto.
O casal não sabia que Sérgio era primo de Bruno e ficaram assustados com a repercussão que o caso teve. Por isso procuraram a polícia e se entregaram.
Caso Eliza
Sales foi o único dos oito réus que prestou depoimentos na fase do inquérito que investigou o sequestro e suposto assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.
Ele chegou a declarar à polícia que Bruno esteve na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, onde Eliza teria sido morta, mas depois voltou atrás e afirmou que fora ameaçado e torturado para falar.
Por ser peça-chave, seu assassinato despertou suspeitas da polícia sobre uma possível queima de arquivo, algo já descartado pelos investigadores.
Sérgio foi secretário de Bruno no Rio, quando ele jogava pelo Flamengo. Ele perdeu o cargo para Luiz Henrique Romão, o Macarrão, com quem tinha rixa.
Macarrão foi condenado no mês passado a 15 anos de prisão por homicídio, sequestro e cárcere privado de Eliza.
A ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, foi condenada por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela e vai cumprir cinco anos de prisão em regime aberto.