Suspeita se contradiz sobre seqüestro de Priscila Belfort

O delegado-titular da 75ª Delegacia de Polícia de Rio do Ouro, em São Gonçalo, na Grande Rio de Janeiro, Anestor Magalhães, deve ter acesso amanhã a listagem de chamadas do celular da desempregada Elaine Paiva da Silva, de 27 anos, que confessou ter assassinado Priscila Belfort após participar do seqüestro da vítima. A quebra do sigilo pode comprovar a veracidade do depoimento de Elaine, que entrou várias vezes em contradição. Ela agora nega ter feito os disparos que mataram a vítima.

"Tudo que foi dito por ela será investigado da mesma forma. Ela não nega tudo, apenas afirma que não atirou em Priscila", disse o delegado. De acordo com ela, Priscila, desaparecida desde 9 de janeiro de 2004, foi seqüestrada e mantida três meses e meio em cativeiro antes de ser executada a mando do traficante Nílson Duarte da Silva, o Pagodeiro. Ele teria contratado ela e Silvana como vigias do cativeiro. A reunião para planejar o crime teria ocorrido no Morro da Mangueira.

Esta seria uma das contradições, pois Pagodeiro controlava o tráfico nas favela Salsa e Merengue, no Complexo da Maré, pela facção criminosa Amigo dos Amigos (ADA) rival do Comando Vermelho que atua na Mangueira. Foragido a partir de 1999, Pagodeiro está preso por tráfico de drogas e roubo desde 2006. De acordo com policiais da 75ª DP, outras três pessoas da quadrilha já identificadas devem ser presas nos próximos dias.

Crânio

Na fazenda apontada por Elaine como local da execução e ocultação do cadáver, a polícia achou restos de uma camisa e sandálias que a vítima estaria usando ao ser morta e um osso que os investigadores acreditam ser de um animal. Um homem confessou a compra de um crânio com marca de tiro, mas disse à polícia que jogou no lixo. Um outro crânio com perfuração de bala, encontrado no sábado na região, seguiu para o IML onde deve ser feito um exame de DNA. "A marca não confere com o depoimento de Elaine, mas vamos examinar", disse o delegado.

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