Um exame capaz de diagnosticar a tuberculose em menos de duas horas começará a ser testado no SUS em 2011. Atualmente, o resultado pode demorar mais de dois meses para ficar pronto. A fase piloto deve durar quatro meses e será feita no Rio e em Manaus, cidades que mais concentram casos da doença.
“Se obtivermos os mesmos resultados dos testes preliminares, implantaremos o exame em toda a rede ainda em 2011. Será uma revolução no tratamento”, diz Dráurio Barreira.
O método, chamado GeneXpert, já foi testado com sucesso em outros países e recebeu o aval da Organização Mundial da Saúde (OMS). O exame consiste em uma máquina e um recipiente onde é colocada a amostra com secreção respiratória do paciente. Em pouco tempo, a máquina analisa o material biológico e indica se há presença do bacilo de Koch.
Outra grande vantagem do teste é que ele permite saber se o paciente tem sensibilidade aos medicamentos mais comuns usados no tratamento ou se a bactéria é do tipo resistente. Por ser rápido e de fácil uso, diz Barreira, é ideal para ser aplicado em moradores de rua e populações indígenas e contribui para o tratamento precoce da doença.
Mas para vencer a guerra contra a tuberculose também é preciso reduzir a taxa de abandono do tratamento, que no País está em torno de 12%. O preconizado pela OMS é entre 0% e 5%. O pneumologista Alexandre Milagres explica que o grande problema do abandono do tratamento é o surgimento de bactérias resistentes a antibióticos. “Apenas 5% dos pacientes se contaminam com bactérias resistentes. Em 95% dos casos, é o abandono do tratamento que leva à resistência.”