As denúncias a respeito da mistura de leite com produtos como soda cáustica a água oxigenada preocupam a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), que aguarda o recebimento de informações mais claras sobre o assunto por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda nesta quinta-feira (25). De acordo com o presidente da entidade, Sussumu Honda, há indícios de que o problema é pontual e restrito a duas cooperativas de Minas Gerais.
Honda destacou a dificuldade de se obter informações da Polícia Federal, que mantém as investigações sob sigilo, e explicou que a Abras aguarda orientações da Anvisa, porque é o órgão responsável por assuntos ligados à segurança alimentar. "A indústria alega que houve problemas na área de produção e que esses produtos são utilizados na limpeza dos tanques", disse. Honda disse também que a indústria brasileira é composta por muitas empresas e que o problema não pode ser generalizado, pois o receio do consumidor afeta, inclusive, as cadeias produtivas das regiões Sul e Nordeste. "Isso não é bom para o mercado", observou.
Segundo ele, o leite contaminado não é fornecido para os mercados de São Paulo e do Rio de Janeiro. De qualquer forma, ele esclareceu que os produtos sob suspeita já foram retirados das gôndolas dos supermercados. "É preciso que Anvisa, distribuidores e supermercados tenham informações mais claras. O consumidor está inseguro", reiterou.
Entretanto, Honda não fez previsões a respeito da queda das vendas de leite nos supermercados ou mesmo de preços, em função de uma eventual queda de demanda. "Essas denúncias não devem afetar o consumo à medida que todas as informações sejam esclarecidas para a população", finalizou.