O superintendente de serviços aéreos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Mauro Gusmão, reconheceu que a Anac não está cumprindo o seu papel de fiscalizar o setor e justificou que isso ocorre por "falta de automação". "Espero que, com as mudanças na Anac, que o ministro já está fazendo na administração da agência, possamos cumprir nosso papel fundamental de fiscalizar o setor." As declarações foram feitas a parlamentares da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, que discute em audiência a criação de um estatuto de defesa do usuário de transporte aéreo.
Ao assumir o cargo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, convocou o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), e decidiu que a Anac não tomará mais decisões, apenas executará missões e políticas determinadas pelo conselho. Jobim também criticou o fato de a agência não exercer seu papel fiscalizador.
Já o presidente do Sindicato das Empresas Aéreas (SNEA), José Marcio Mollo, fez um forte desabafo ao criticar a proposta em discussão. "Me assusta o que estou vendo agora, que as empresas se tornaram vilãs", disse ele, questionando por que os parlamentares não fazem códigos específicos para as pessoas que vivem nas "imundas rodoviárias" pelo País. "E os que sofrem em rodoviárias imundas e não têm ninguém a protegê-los. Não se fala em instalar Procons nas rodoviárias? O povão não tem direito?", desabafou.
Fim dos atrasos
Segundo Mollo, depois que o Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito enquadrou os controladores, acabaram os atrasos nos aeroportos. "Em agosto de 2007, foi o mês que houve menos atraso, desde 2003. Onde está este caos aéreo?",questionou ele, para quem os atrasos que ocorrem nesta quarta-feira (12) são os normais, que ocorrem, também no exterior. Para ele, há um profundo desequilíbrio para proteger o usuário e punir as empresas.
O presidente do SNEA questionou ainda o que se está pretendendo com estas regras. "Estão querendo quebrar as empresas aéreas? Daqui a pouco este código não se aplica a ninguém porque não existirão empresas. E aí, daqui a pouco vamos abrir os céus para outras empresas?", declarou ele, lembrando que os aviões das empresas são reservas das Forças Armadas e podem ser requisitados para transportar tropas.