Um em cada três municípios brasileiros tinha mais da metade de sua população vivendo na pobreza absoluta em 2003. Na Região Nordeste, que concentrava o maior número de cidades nessa situação, o índice era de 77%, mais do que o dobro da média nacional (32,6%).

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A constatação faz parte do Mapa de Pobreza e Desigualdade, divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A ferramenta, apresentada em DVD, foi produzida em parceria com o Banco Mundial com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do período entre 2002 e 2003 e do Censo 2000 e permite identificar linhas regionais de pobreza e detectar suas diferenças regionais e municipais.

O mapa revela que, no outro extremo, a Região Sul é que apresenta menor número de municípios com população vivendo na pobreza absoluta: apenas 0,9% das cidades tem mais do que 50% de seus habitantes nessa situação. Em seguida, aparecem as Regiões Centro-Oeste, onde 12,1% dos municípios estavam nessa condição, Sudeste, com 13,3%, e Norte, com 28,7%. Todas as quatro regiões apresentam índices abaixo do que a média do país.

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Outra constatação apontada por meio da nova ferramenta do IBGE diz respeito à desigualdade. As regiões com menores proporções de municípios com mais de 50% de pobres foram as que apresentaram os maiores índices de desigualdade (medidos pelo Índice Gini, que calcula as desigualdades na distribuição da renda).

O Nordeste, que tinha 77% de municípios com mais da metade da sua população vivendo na pobreza, apresentou os índices de desigualdade menos intensos: 36,9%, perdendo apenas para a Região Sul (15%). Ambas ficaram abaixo da média nacional, de 40,7%. As outras regiões apresentaram os seguintes índices: Norte, 48,1%; Sudeste, 52%, e Centro-Oeste: 73,5%.

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