Brasília – A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados continua um grande enigma para o governo federal, sem garantia de que o candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), seja eleito. Tanto que o presidente nacional do PT, José Genoino, reuniu-se no final da tarde de ontem em Sâo Paulo com o prefeito da capital paulista e presidente do PSDB, José Serra, e com o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para discutir a composição da mesa da Câmara dos Deputados, que no seu entender não será ideológica, mas pluralista e representativa de todos os partidos.
No entanto, o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) continua na disputa, apesar do esforço da ala governista do PT de que saia da briga. Ontem ele disse que continua sendo uma "possibilidade". Depois do encontro com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, Virgílio defendeu a construção de uma candidatura que permita à Casa uma administração racional, com austeridade, e afirmou não temer desgaste político ao colocar o seu nome na disputa.
"Este é um momento de realização pessoal fantástico. Não tenho nada a temer", disse. Ele ressaltou que não pretende ganhar cargos no governo, ser líder de bancada ou presidente de comissão permanente, na Câmara, como compensação em uma eventual desistência de sua candidatura. Enquanto isso, apareceu mais um inesperado candidato: o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) anunciou que na próxima terça-feira vai lançar sua candidatura à presidência da Câmara. "Sou o candidato da Casa e dos deputados", disse Cavalcanti. Ele afirmou que não tem nenhum constrangimento em lançar a candidatura avulsa enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negocia a ida do PP para um ministério.
Para se garantir, Luiz Eduardo Greenhalgh afirmou que viajará a alguns estados para discutir com as bancadas estaduais a sua plataforma e pedir votos. Entre os estados que visitará estão Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Amazonas e Acre.
