O subsecretário de Governo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Alexandre Felipe Mendes, de 44 anos, que até fevereiro integrava a equipe da Operação Lei Seca, atropelou quatro pessoas após sair de uma festa em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, no Rio.
Na delegacia, Mendes admitiu ter bebido “meia taça de vinho”. O subsecretário, que foi assessor parlamentar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), na Assembleia Legislativa e no Senado, será indiciado por lesão corporal culposa.
Entre as vítimas estão dois meninos, com idades de 2 e 5 anos, que deixavam a casa da tia com a mãe, Silvana Braga de Souza, de 30 anos. Os garotos foram atendidos pelos bombeiros, ainda no local do acidente.
A mãe chegou a desmaiar e teve de ser levada para para o hospital, sendo liberada em seguida. Ermínio Cosme Pereira, de 52 anos, que passava pelo local de bicicleta, sofreu traumatismo cranioencefálico e cervical e foi levado para o Hospital Estadual Azevedo Lima. Segundo a secretaria de Saúde, o estado dele é gravíssimo.
Um jovem de 19 anos também foi atingido, de raspão. Após o acidente, Mendes não prestou socorro às vítimas. Ele se apresentou apenas hoje à tarde na 81ª Delegacia de Polícia, em Itaipu, onde o caso está sendo investigado.
“Bebi apenas meia taça de vinho. Peguei o carro por volta das 22h30 e ia para minha casa quando fui surpreendido por uma bicicleta e perdi o controle do veículo”, disse.
O advogado do subsecretário, José Maurício Ignácio, classificou o acidente como “uma fatalidade”. “Ele não é de beber, de fumar. Tinha passado na casa de amigos e me disse ter tomado apenas uma ‘tacinha’ de vinho. A bicicleta apareceu e entrou na frente dele, bateu no carro. Estava muito escuro, ele usa óculos, o local é cheio de buracos e o carro é hidramático”.
Segundo o delegado Carlos Alexandre, da 81ª DP, o exame no Instituto Médico Legal, feito hoje à tarde, não indicou a presença de álcool no sangue de Mendes. “Talvez pelo tempo que se passou desde o episódio ou a quantidade de bebida ingerida que, segundo ele (Mendes), foi pequena”, disse.
O advogado afirmou que Mendes deixou de prestar socorro devido ao estado de choque. “Ele perdeu o pai há uma semana. As pessoas começaram a se aproximar e o lugar é muito deserto. Chegou um policial, se identificou, pegou o documento dele, e nisso apareceu uma outra pessoa, que recolheu ele e o levou para o hospital. No caminho, ele disse que não queria ir à unidade, mas para casa, e começou a chorar”, disse Ignácio, que afirmou não saber quem era a “pessoa” que tirou Mendes do local do acidente.
Em nota, o Governo do Estado, que chegou a afirmar que o subsecretário havia atropelado somente uma pessoa, informou que “cabe ao subsecretário responder como todo cidadão comum. O governo lamenta profundamente o ocorrido”.